De acordo com o levantamento das informações epidemiológicas, a criança, do sexo masculino, residente do município de Santo Antônio do Tauá, apresentou manifestação clínica no dia 21 de agosto.
Ministro reforça importância da vacinação contra a poliomielite.
O menino sentiu febre, dores musculares, mialgia e quadro de Paralisia Flácida Aguda (PFA) com comprometimento e redução motora nos membros inferiores com progressão de 24 horas após receber as vacinas tríplice viral e contra a poliomielite (VIP/VOP).
No dia 12 de setembro de 2022, a responsável pela criança foi até a Unidade Básica de Saúde do município, onde relatou que, a partir do dia 10 de setembro, o menino perdeu a força nos membros inferiores, não conseguindo se manter em pé.
"A Vigilância Epidemiológica municipal, informou que, ao tomar conhecimento, realizou visita domiciliar onde notificou o caso como de PFA e solicitou pesquisa de poliovírus nas fezes. Quanto ao histórico vacinal da criança, foi verificado que estava incompleto e que a criança não recebeu as doses da VIP previamente. Ao analisar a carteira, a criança possuía duas doses de VOP, o que está em desacordo com as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI)", diz o comunicado elaborado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Pará.
A coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas, onde o resultado foi emitido através do sistema Gerenciador de Amostras Laboratoriais (GAL), nessa terça-feira (4), com laudo positivo para o poliovírus (SABIN LIKE 3).
"Uma equipe da vigilância epidemiológica do estado se deslocou ao município para levantar e qualificar as informações, além de avaliar o quadro clínico da criança. Outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto, o caso segue em investigação", acrescenta a pasta.
Esse caso em investigação vem um dia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fazer pronunciamento em que alertou sobre o risco de reintrodução da doença no País, diante da baixa cobertura vacinal contra poliomielite no Brasil.
No Palácio Itamaraty, em Brasília, na quarta-feira (5), Marcelo Queiroga recordou que o último caso confirmado de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989 e que a doença foi erradicada nas Américas nos anos 1990.
Assim, o Brasil não detecta casos confirmados de poliomielite desde 1990. No ano de 1994, o País recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem.
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