Gabriela Vitória da Silva, de 7 anos, foi ofendida com comentários racistas por outro colega de turma.
Uma menina de 7 anos diz ter sido xingada de “macaca preta” por um coleguinha de turma dentro da sala de aula na Escola Municipal Antônio Austregésilo, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo os pais da criança, a professora o repreendeu também de maneira racista: “Você só é um pouco mais claro e sabe que cor tem”.
“O garoto me chamou de macaca preta. Eu me senti muito triste, fui chorar no banheiro. Eu não estou indo para a escola às vezes, só um dia e pronto”, disse Gabriela Vitória da Silva.
O caso aconteceu há um mês, quando Gabriela passou a resistir a ir para a escola.
“Eu a arrumava, mas, quando estava pronta, a condução quase chegando, gritava que a barriga estava doendo”, conta Glaucia da Silva, mãe da garota.
Glaucia contou ter conversado com a professora, que no dia seguinte mandou uma mensagem pelo WhatsApp: “Eu chamei a atenção dele! Eu falei: ‘Você sabe que cor você tem. Você só é um pouco mais claro que a Gabriela. Por que faz isso?’”
“É racismo. Se fosse branco podia falar?”, indagou a mãe.
Alessandra Pio, especialista em relações étnico-raciais, diz que a atitude da professora também foi problemática.
“Ela vem de um histórico de democracia racial de que o racismo não existe e que muitas pessoas pretas não gostam de ser pretas, e elas são as maiores racistas. A gente vive ouvindo essa frase e o racismo continua”, disse Alessandra Pio.
Glaucia conta que foi na direção da escola e afirma que recebeu apoio. Conheceu alguns projetos em desenvolvimento para o combate ao racismo, bullying e preconceitos.
“A escola tem preocupação em combater essa questão ou isso só está aparecendo agora? Se a escola tivesse uma educação antirracista linear, a gente não estaria correndo atrás de algum projeto rápido para solucionar algo que deu errado”, pontua a especialista.
Gabriela e Glaucia da Silva — Foto: Reprodução
Gabriela e Glaucia da Silva — Foto: Reprodução
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