Crescemos ouvindo relatos de pessoas que, em seu leito de morte, milagrosamente surgem com uma energia surreal, brincando, sorrindo, cheias de planos para a vida e sem sentirem dores alguma... horas depois surge o anúncio do falecimento. Essa é a chamada "melhora da morte".
Na gestão pública isso também é comum. Prefeitos que passaram 3 anos na inércia, ressurgem no último ano cheios de disposição, com diversos projetos saindo do papel e muita, mas muita inauguração de obras.
Alguns até, com a tentativa de ludibriar o povo, não só modificam seus jeitos de trabalhar, mas também a forma de se comportar. Deixam de lado as fantasias, abandonam as ideias fantasiosas e surgem com um certo amadurecimento de causar estranheza até nos mais experientes analistas políticos.
As brincadeiras dão espaço à fala séria, as respostas debochadas já não existem e deixam o lugar para as explicações mais comedidas e compenetradas.
Sim! O ano de eleição traz milagres que até os santos desconfiam. A magia desta época é tão espetacular que até o clima das cidades muda. Todo mundo respira obras, todo mundo tem seus problemas resolvidos com um simples passe de mágica, tudo fica lindo!
Mas assim como na vida, a gestão também tem sua data de validade, e que bom que ela está muito próxima, para que possamos sim, usufruir dessa melhora da morte, tendo acesso a todos os benefícios que não tivemos em 3 anos, e assim, em seguida, fazermos esse enterro não em 7, mas em 65 palmos, para que não tenha o mínimo de chances de retorno.
Por Igor Fagner / Diário da Chapada.
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